Mas afinal, comer e beber traz algum prejuízo a quem o faz? Pode engordar? Pode prejudicar a absorção dos nutrientes?
Em primeiro lugar, para entendermos o impacto da bebida durante a alimentação, devemos avaliar qual líquido estará sendo ingerido. Provavelmente bebidas que contém calorias, representarão valores energéticos na dieta e, se não condizerem com o balanço energético total, acarretarão no ganho ou na perda de peso, o que pode ser um benefício ou um malefício, de acordo com o que se deseja.
[ad#2]A grosso modo, diferente do que muitos pensam, um suco de laranja mesmo sem açúcar tem poder energético (e portanto pode engordar), enquanto 1 mesmo copo de refrigerante dietético, certamente não. Porém, essas calorias do suco de laranja estão aliadas a nutrientes importantíssimos presentes no suco, como a própria vitamina C e alguns minerais, enquanto no refrigerante, basicamente ingerimos sódio com água, adoçantes, corantes e gás.
O segundo ponto a ser avaliado é a quantidade do líquido que está sendo ingerido. Sabe-se que o estômago tem capacidade média de 1,5L de volume (pode, claro, suportar muito mais do que isso, visto que ele é extremamente elástico e flexível). Assim, em uma refeição, consumimos em torno de 400-500g de comida, sobrando espaço. Consumir 200ml ou até 500ml dependendo do consenso e da literatura aderida, não causarão malefícios na absorção dos nutrientes e também não alterará sifnigicativamente a concentração dos suco pancreático ou até mesmo dos sais biliares. Algumas referências inclusive dizem que, consumindo pouco líquido durante as refeições, auxiliaremos o trabalho de mistura do quimo no estômago. Em contrapartida, não há na literatura muitos estudos sobre isso, assim, creio que o bom senso ainda deve prevalecer.
O terceiro lugar que deve e muito ser avaliado é a dilatação estomacal do indivíduo. Isso porque com o líquido somado ao alimento, ingerimos uma quantidade significativa de ar durante a refeição. Além disso, líquidos com gás podem deixar a situação ainda mais crítica. Para pacientes que apresentam gastrite, por exemplo, essa distensão estomacal pode ser sinônimo de dor e muito desconforto. Em casos mais extremos, o desconforto pode ser tão grande que a pessoa necessita ser levada para uma unidade hospitalar.
Consumir líquidos entre as refeições também não ajuda significativamente na resposta a saciedade, visto que o esvaziamento gástrico da água é muito rápido. Por isso, não conte com essa estratégia.
Finalmente, a um consenso, não há mal no consumo moderado de líquidos durante as refeições, desde que eles respeitem a capacidade fisiobiológica do indivíduo e, caso seja fonte energética, respeite as necessidades individuais da dieta do mesmo indivíduo.